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Apost cont financ geren

May 21, 2015

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SUMÁRIO

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 4

1.1 EMENTA 4

1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 4

1.3 OBJETIVOS 4

1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 5

1.5 METODOLOGIA 5

1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 5

1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 5

2. CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL 6

2.1 INTRODUÇÃO: SISTEMA BÁSICO DE INFORMAÇÕES 6

2.1.1 CONTABILIDADE GERENCIAL 6

2.1.2 A INFORMAÇÃO GERENCIAL CONTÁBIL 7

2.1.3 CONTABILIDADE FINANCEIRA 7

2.1.4 A INFORMAÇÃO CONTÁBIL FINANCEIRA 7

2.2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 7

2.2.1 FINALIDADES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 7

2.2.2 EXERCÍCIO SOCIAL 8

2.2.3 ESPÉCIES 8

2.2.4 COMPANHIAS ABERTAS 8

2.2.5 EXIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 9

2.2.6 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO 9

2.2.7 NOTAS EXPLICATIVAS 9

2.3 BALANÇO PATRIMONIAL 10

2.3.1 ESTRUTURA DO BALANÇO 10

2.3.2 CICLO OPERACIONAL 10

2.3.3 CONTAS RETIFICADORAS 11

2.3.4 CONTAS DE RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 11

2.3.5 ESTRUTURA DO ATIVO 11

2.3.6 ESTRUTURA DO PASSIVO 13

2.3.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 15

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32.4 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 17

2.5 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) 19

2.6 FLUXO DE CAIXA 21

2.7 PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 25

2.7.1 MÉTODO DE PADRONIZAÇÃO 25

2.7.2 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS 25

2.7.3 ANÁLISE VERTICAL 27

2.8 ANÁLISE HORIZONTAL 29

2.9 INDICADORES DE LIQUIDEZ 30

2.10 INDICADORES DA ESTRUTURA DE CAPITAIS 31

2.11 INDICADORES DO CICLO OPERACIONAL 32

2.12 INDICADORES DO DESEMPENHO ECONÔMICO 35

2.13 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 37

2.14 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 38

2.15 ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO 39

2.16 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PROJETADAS 40

2.16.1 FUNDAMENTAÇÃO 40

2.16.2 MODELO 40

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa Princípios Fundamentais de Contabilidade. Sistema Básico de informações. Balanço e variações de patrimônio líquido. Processo contábil, Tópicos especiais na determinação das demonstrações financeiras. Análise dos demonstrativos financeiros. DOAR e Fluxo de caixa. Efeitos da flutuação de preços sobre os demonstrativos financeiros. Leitura e interpretação das informações financeiras. Apuração do resultado operacional e gerencial. Organização das informações gerências. Demonstração do fluxo de caixa.

1.2 Carga horária total 24 horas-aula.

1.3 Objetivos Ao final deste módulo os alunos deverão estar aptos a: 1. Entender a aplicação prática dos demonstrativos financeiros. 2. Entender a importância das informações financeiras e gerenciais para a tomada de decisão. 3. Extrair informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisão. 4. Identificar e analisar os diversos quocientes e índices financeiros e econômicos. 5. Analisar os demonstrativos financeiros projetados. 6. Analisar os projetos de investimentos e identificar a melhor opção para maximizar o retorno dos

acionistas.

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1.4 Conteúdo programático

Princípios Fundamentais de Contabilidade

1. Conceito; 2. Importância para a elaboração dos

demonstrativos financeiros.

Sistema de informação 1. Introdução; 2. Importância para o processo decisório; 3. Sistema de informação financeira e

gerencial; 4. Diferença entre a informação financeira e

gerencial. Demonstrações Financeiras 1. Balanço Patrimonial;

2. Demonstração do Resultado do Exercício; 3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos

acumulados; 4. Demonstração das origens e aplicações de

recursos; 5. Demonstração do fluxo de caixa; 6. Projeção das demonstrações financeiras.

Análise das Demonstrações financeiras 1. Indicadores de liquidez; 2. Indicadores de rentabilidade; 3. Indicadores de atividade; 4. Indicadores de endividamento; 5. Alavancagem financeira; 6. Análise do capital de giro; 7. Importância para o processo decisório.

Análise de Investimento 1. Critérios para análise; 2. Decisão de aceitar ou rejeitar.

1.5 Metodologia Conceitual X Prático em aulas expositivas, com utilização de data-show e laboratório, realização de exercícios programados, dinâmica de grupo e estudo de casos.

1.6 Critérios de avaliação O grau total obedecerá à seguinte pontuação: 1. 10% referentes a assiduidade e participação nas aulas; 2. 10% referentes aos exercícios entregues; 3. 40% referentes a apresentação de trabalhos em equipe; 4. 40% referentes a uma prova, a ser aplicada após o término da disciplina.

1.7 Bibliografia recomendada

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6FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAS E FINANCEIRAS. Manual

de contabilidade das Sociedades por ação. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2000. MATARRAZO, Dante Carmine. Análise Financeira de balanços: abordagem básica e Gerencial. 5.

ed. São Paulo: Atlas, 1998. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura de análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 5.

ed. São Paulo: Atlas, 2000. ROSS, Stephen A . Princípios de administração financeira. Tradução de Andréa Maria Accioly Fonseca

Minardi. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. ROSS, Stephen A . Administração Financeira. Tradução de Antonio Zorato Sanvicente. São Paulo:

Atlas, 1995. ATKINSON, Anthony A .Contabilidade Gerencial. Tradução de André Olímpio Mosselman Du

Chenoy. São Paulo: Atlas, 2000.

Curriculum resumido do professor José Fernandes da Costa é mestrando em Auditoria contábil na Unigranrio/RJ, é mestrando em Contabilidade Gerencial pela FUCAPE, é especialista em Auditoria Contábil pela Unigranrio/RJ,é especialista em Contabilidade pela Fundação Getúlio Vargas. É professor e Coordenador do Curso de Graduação em Ciências Contábeis e pós-graduação em Gestão Empresarial. É Gestor do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. É parecerista de projetos na Secretaria de Trabalho e Renda do Município do Rio de Janeiro/RJ. É membro do Comitê de Fomento à profissão contábil no Município do Rio de Janeiro/RJ. Presta consultoria contábil-financeira às entidades do terceiro setor. Realiza projetos na área do terceiro setor, ministra palestras e orienta monografias e trabalhos de conclusão de curso.

2. Contabilidade Financeira e Gerencial

2.1 Introdução: Sistema Básico de informações Traçando um paralelo de desenvolvimento verificamos que a Contabilidade vem evoluindo juntamente com a Sociedade na busca das melhores condições de vida para o homem, que é o centro de estudo de qualquer ciência. A sociedade nos últimos anos vem exigindo mais participação das empresas no processo de bem estar da coletividade e, para tanto, exige informações mais detalhadas sobre os aspectos econômicos, financeiros e sociais. A Contabilidade, como veículo de informação, tem apresentado alguns relatórios para atender à demanda de cada usuário desta informação. 2.1.1 Contabilidade Gerencial Conceito: Processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável dos recursos.

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72.1.2 A Informação Gerencial Contábil Conceito: Dados financeiros e operacionais sobre atividades, processos, unidades operacionais, produtos, serviços e clientes de uma empresa. Esses dados como fontes primárias produzem informações aos funcionários, gerentes, a alta administração a tomar as decisões para o sucesso empresarial, por exemplo: o custo de um determinado produto, também inclui informações operacionais e físicas, como por exemplo: qualidade e tempo de processamento, mensuração do nível de satisfação do cliente. Objetivos: Medir a condição econômica da empresa, como as de custos e lucratividade dos produtos, serviços, dos clientes, das unidades operacionais descentralizadas, como as divisões e departamentos. Mostrar o feedback aos funcionários, gerentes e executivos sobre seus desempenhos, capacitando-os a aprenderem com o passado e melhorarem para o futuro. 2.1.3 Contabilidade Financeira Conceito: Processo de elaboração de demonstrações financeiras para atender aos usuários externos e internos, como por exemplo: os acionistas, ao governo, os credores, ao banco, etc. Este segue a uma padronização estipulada pela Lei 6.404/76 e pelos órgãos de regulamentação. 2.1.4 A informação Contábil Financeira Conceito: Dados econômicos e financeiros sobre as demonstrações financeiras, sobre liquidez, endividamento, rentabilidade e atividade da empresa. Objetivos: Informar aos usuários externos as conseqüências das decisões e das melhorias dos processos executadas pela empresa, como por exemplo: será que concederíamos crédito ou não, os fornecedores utilizariam para ampliação ou não do nosso crédito, na compra ou não de uma empresa. Aos usuários internos a margem de lucro e retorno do capital próprio que mede o desempenho dos administradores e também o planejamento para o futuro.

2.2 Demonstrações Financeiras As demonstrações financeiras são conjunto de contas que espelham , com clareza, as mutações ocorridas no exercício social de determinada pessoas jurídica e a situação de seu patrimônio líquido em um dado momento. Para fins de elaboração das demonstrações financeiras, devem ser destacados da escrituração mercantil, contas e valores apresentados no final de cada exercício, dando a estes, forma e disposições estabelecidas na Lei das Sociedades por Ações. 2.2.1 Finalidades das Demonstrações Financeiras As demonstrações financeiras devem reproduzir todas as modificações ocorridas no patrimônio da empresa durante o exercício social, demonstrando sua situação positiva ou negativa. A principal finalidade das demonstrações contábeis é informar a situação patrimonial da empresa, através de quadros analíticos, às pessoas interessadas.

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82.2.2 Exercício Social Exercício social é o período estabelecido pela empresa para a realização de suas operações. O exercício social é estabelecido nos atos constitutivos da empresa, e deve Ter a duração de um ano, sendo que, em alguns casos excepcionais, é permitido que tenha duração diversa. Na Lei das Sociedades por Ações, não existe impedimento para a fixação de exercício social em período não coincidente com o ano civil. Todavia, para fins de atendimento às disposições da legislação do imposto de renda, as empresas estão obrigadas a elaborar as demonstrações contábeis em períodos coincidente com o ano civil.

2.2.2.1 Período de Apuração do Imposto.

Desde janeiro/97 , o período de apuração dos resultados das pessoas jurídicas, regra geral, passou a ser trimestral. No entanto, a pessoas jurídica tributada pelo lucro real poderá optar pela apuração anual, com pagamentos mensais do imposto de renda calculado com base na receita bruta e acréscimo , podendo ainda, reduzir ou suspender o recolhimento mensal se o valor acumulado já pago exceder o imposto devido sobre o lucro real apurado com base em balanço ou balancete levantado no período em curso. Portanto, para atender simultaneamente as legislações fiscal e comercial, as empresas tributadas pelo lucro real trimestral são obrigadas a levantar: - 4 balanços ou balancetes, um em cada encerramento de trimestre, para fins de apuração do resultado tributável; - 1 balanço no encerramento do ano – calendário , consolidando os resultados apurados de 1-1 a 31-12, para atender a legislação societária, caso o exercício social da empresa coincida com o ano-calendário. - 1 balanço no encerramento do exercício social, caso este não coincida com o ano-calendário, para atender a legislação comercial. As empresas que optarem pela apuração anual do imposto deverão levantar: - um único balanço em 31.12 de cada ano, se o exercício social coincidir com o ano civil; - 1 balanço em 31.12 e outro no término do exercício social, caso este não coincida com o ano civil. Em ambas as hipóteses, poderão ser levantados balanços mensais, tanto quanto forem necessários para suspender/ reduzir o imposto mensal. 2.2.3 Espécies A legislação comercial determina que ao fim de cada exercício social as empresas devem elaborar, com base na escrituração comercial, as seguintes demonstrações contábeis, as quais devem exprimir, com clareza, a situação do patrimônio e as mutações ocorridas no exercício: a) Balanço Patrimonial; b) Demonstração do Resultado do Exercício; c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulado; e d) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. 2.2.4 Companhias Abertas As companhias abertas estão obrigadas, ainda, a elaborar e publicar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, em substituição à Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Demonstrações Contábeis em Moeda de capacidade Aquisitiva Constante. Até 31.12.95, as companhias abertas estiveram também obrigadas à elaboração e publicação das Demonstrações Contábeis em moeda de capacidade aquisitiva constante, para atender ao princípio do Denominador comum monetário.

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9 A lei 9.249/95, em consonância com as medidas econômicas adotadas, eliminou a partir de 1.1.96, a adoção de qualquer sistema de correção monetária, inclusive para fins societários. A CVM , além de exigir a apresentação das informações trimestrais em consonância com a lei 9.249/95, tornou facultativa a sua elaboração e a sua divulgação em moeda de capacidade aquisitiva constante. 2.2.5 Exigência da Legislação Tributária

Também é exigida da legislação do imposto de renda, para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, a elaboração das demonstrações financeiras relacionadas: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, ao final de cada período - base de incidência do imposto. 2.2.6 Critérios Para Elaboração Os principais critérios a serem observados por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras são os seguintes: a) as contas semelhantes podem ser agrupadas desde que , na escrituração da empresa, se destinem ao mesmo fim; b) os pequenos saldos podem ser agregados , desde que indicada a sua natureza e que não ultrapassem a 1/10 do valor do respectivo grupo de contas; c) é vedada a utilização de designação genéricas, tais como: “diversas contas” ou “contas correntes”; d) as demonstrações devem ser assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados junto aos conselhos regionais de contabilidade. 2.2.7 Notas Explicativas

As demonstrações contábeis das sociedades anônimas devem ser, obrigatoriamente, complementadas por notas explicativas. As notas explicativas fazem parte das demonstrações financeiras, pois esclarecem os sistemas utilizados na contabilidade da empresa, abordando os diversos tópicos utilizados para elaboração das mesmas e devem indicar, pelo menos, o seguinte: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente dos estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de valores do ativo;

b) os investimentos relevantes em outras sociedades;

c) o aumento de valor de elemento do ativo, resultante de novas avaliações;

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros , as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécie e classes das ações do capital social;

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10 g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores, assim considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critérios contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes;

i) os eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham , ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da empresa.

Sempre que houver mudança no método ou critério adotado para escrituração da companhia e, conseqüentemente , para as demonstrações contábeis, esta mudança deverá ser mencionada nas notas explicativas, quando os seus efeitos forem relevantes, ou seja, quando influírem na perfeita interpretação das demonstrações contábeis, induzindo a erro o interessado, por estar habituado aos antigos critérios.

2.3 Balanço Patrimonial É a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da empresa. 2.3.1 Estrutura do Balanço No balanço patrimonial, as contas são classificadas conforme os elementos do patrimônio registrados na escrituração mercantil da empresa, sendo agrupadas de maneira que facilitem o conhecimento e a análise da situação financeira. 2.3.1.1 Conceito de curto e longo prazo Para fins de classificação das contas nos grupos ativo circulante, ativo realizável a longo prazo, passivo circulante e passivo exigível a longo prazo, deve-se levar em consideração o exercício social da empresa. Sendo assim, os direitos e obrigações serão classificados em grupos do circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidos ou esperados situem-se no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Serão classificados nos grupos ativo realizável a longo prazo e exigível a longo prazo os direitos e obrigações cujos prazos de vencimento situem-se após o término do exercício social subseqüente à data do balanço patrimonial. 2.3.2 Ciclo operacional É o período necessário para que se complete a execução de uma produção ou das operações de uma empresa, para atingir seus objetivos de produção. No caso de a empresa possuir um ciclo operacional com duração maior do que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

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112.3.3 Contas retificadoras As contas retificadoras de valores do ativo e do passivo devem ser posicionadas no balanço patrimonial, logo abaixo da conta a que se refere, ativa ou passiva, precedidas do sinal indicativo de subtração. 2.3.4 Contas de resultados de exercícios futuros Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros, denominados como resultado de exercícios futuros, na legislação , serão demonstrados com a dedução dos valores dos ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações , dentro do respectivo grupo do ativo ou do passivo. 2.3.5 Estrutura do Ativo 2.3.5.1 Ativo Circulante Este grupo de contas é dividido em disponível , créditos, estoque e despesas antecipadas. I- Disponível São entendidos como disponibilidades os recursos financeiros que se encontram `a disposição imediata da empresa, tais como o numerário em caixa e os saldos disponíveis em contas de movimento bancário, saldos de contas relativas a ativo imediatamente liquidáveis, e os outros direitos. II- Créditos Compõe este subgrupo os títulos de créditos , bem como quaisquer valores mobiliários. III- Estoques Neste subgrupo devem constar os valores eferentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração , matérias- primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades- fim da empresa. IV- Despesas Antecipadas São as aplicações em gastos que tenham realização no curso de períodos subsequente à data do balanço patrimonial, assim entendidos os prêmios de seguros e despesas financeiras diferidas, relativamente a financiamentos apropriáveis no exercício seguinte. 2.3.5.2 Ativo realizável a longo prazo Agrupa os ativos constantes dos itens II, III, IV do subitem anterior, cujos prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício subsequente `a data do balanço patrimonial. Integrarão também este grupo as contas que representam os seguintes direitos, realizáveis após o exercício subsequente: a) adiantamento ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas; b) adiantamento ou empréstimos a diretores, acionistas ou participante no lucro da companhia( quando não constituam negócios usuais nas explorações dos seu objeto social). 2.3.5.3 Ativo permanente Classificam-se neste grupo os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento e cuja perspectiva de permanência na empresa ultrapasse um exercício. O ativo permanente é composto de três subgrupos: I- Ativo Permanente Investimentos

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12 É representado pelas participações em sociedades, além dos bens e direitos que não se destinam à manutenção das atividades –fim da empresa, tais como: a) os empreendimentos relativos ao plantio de florestas, destinados à proteção do solo ou à preservação do ambiente, sem a finalidade de manter a atividade da pessoa jurídica; b) os depósitos destinados a aplicações em incentivos fiscais; c) as importâncias aplicadas na aquisição de imóveis , desde que não sejam para revenda ou destinados à manutenção das atividades da empresa; d) as aplicações em ouro, quando não constarem do objeto social da pessoa jurídica, não classificáveis no ativo circulante. II- Ativo Permanente Imobilizado Devem ser escriturados neste subgrupo os bens e direitos utilizados na consecução das atividades operacionais da empresa, abrangendo, inclusive, os de propriedade industrial ou comercial Podem compor o imobilizado bens corpóreos e incorpóreos, tais como: máquinas, equipamentos, construções em andamento, móveis, direitos de exploração de minas e jazidas, de reservas florestais, de patentes de invenções e marcas, fórmulas e processos de fabricação , ponto comercial e outros direitos de idêntica natureza. Classificam-se também no imobilizado as benfeitorias realizadas em imóveis de terceiros , com ou sem indenização , e que tenham vida útil superior a um exercício. III- Diferido São classificadas no ativo diferido as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação de resultado de mais de um exercício social. São registrados do ativo diferido , dentre outras, as seguintes aplicações: a) juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder ao início das operações sociais; b) as despesas pré- operacionais ou pré-industriais, quando não se identificarem com elementos específicos do ativo imobilizado ou de investimentos; c) as despesas com pesquisa científicas ou tecnológicas, quando não exercida opção para apropriação direta em conta de resultado; d) as despesas de decapeamento ou desenvolvimento de jazidas ou minas; e) as despesas com reestruturação , reorganização ou modernização de empresas; f) as despesas com prospecção e cubagem de jazidas ou depósitos , realizadas por concessionárias de pesquisa ou lavra de minérios , sob orientação técnica de engenheiro de minas; g) a parte dos custos , encargos e despesas operacionais registrados durante o período em que a empresa, na fase inicial de operação , utilizou apenas parcialmente o seu equipamento ou suas instalações. 2.3.5.4 Contas Retificadoras ao ativo No balanço patrimonial, algumas contas que apresentam saldo credor devem ser agrupadas no ativo, uma vez que representam valores retificativos de elementos que integram os seus grupos, conforme examinamos a seguir: 2.3.5.5 Contas retificadoras do ativo circulante e realizável a longo prazo A exemplo, temos as seguintes contas retificadoras: a) títulos descontados; b) créditos considerados incobráveis, na forma da legislação pertinente; c) provisão para ajuste de estoque ao valor de mercado. 2.3.5.6 Contas retificadoras do ativo permanente

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13 Como ativo permanente é subdividido em investimentos, imobilizado e diferido, existem contas credoras que representam valores retificativos de cada um desses subgrupos, conforme a seguir: I- contas retificadoras do ativo investimentos: Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos. II- contas retificadoras do ativo imobilizado: as contas credoras que representam a depreciação de bens de uso da empresa, sujeitos à desgastes, à amortização de marcas e patentes e a exaustão relativa a minas, jazidas e florestas, são contas retificadoras do ativo imobilizado. III- contas retificadoras do ativo diferido: como contas credoras que representam elementos retificativos, podemos citar: A) amortização de despesas pré-operacionais; b) amortização de despesas pré-industriais. 2.3.6 Estrutura do Passivo As contas do passivo são agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, nos seguintes grupos: - passivo circulante - passivo exigível a longo prazo - resultado de exercícios futuros - patrimônio líquido. 2.3.6.1 Passivo Circulante Neste grupo são escriturados as obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo permanente, vencíveis no exercício seguinte à data do balanço patrimonial. Neste grupo são classificadas, dentre outras, as contas que representem as seguintes exigibilidades: a) Fornecedores; b) Empréstimos bancários; c) Obrigações tributárias; d) Contribuições sociais; e) Provisão para imposto de renda; f) Provisão para contribuição social. 2.3.6.2 Passivo Exigível a longo prazo São escrituradas neste grupo as obrigações da empresa vencíveis após o exercício seguinte à data do balanço patrimonial, inclusive financiamentos para a aquisição de direitos do ativo permanente. Integram esse grupo, dentre outras, as contas que representem as seguintes exigibilidades: a) Financiamento b) Debêntures; c) Hipoteca; d) Parcelamentos de débitos fiscais e sociais; e) Créditos de empresas coligadas e controladas; f) Provisão para o imposto de renda constituída sobre lucros cuja tributação seja diferida. 2.3.6.3 Resultados de Exercícios Futuros

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14 As receitas diferidas e antecipadas são consideradas face à legislação vigente, como integrante do grupo Resultado de Exercícios Futuros. Assim, são registradas nesse grupo as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. 2.3.6.4 Patrimônio Líquido É a diferença positiva entre os bens e direitos e as obrigações, representando, por conseguinte, o capital próprio da empresa. Na hipótese de o passivo superar o ativo, a diferença denomina-se “passivo a descoberto”. O patrimônio líquido é constituído dos componentes relacionados: - Capital Social - Reservas de Capital - Reservas de Reavaliação - Reservas de Lucros - Lucros ou Prejuízos Acumulados. Classificação das contas O Balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática. Conforme o artigo 178 da Lei nº 6.404/76, “ no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupam de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. Ex.

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO

PASSIVO PATRIMONIO LIQUIDO

Ativo – Compreende os bens e direitos Passivo – Compreende as exigibilidades e obrigações. Patrimônio Líquido – Representa a deferência entre o ativo e passivo, ou seja, o valor líquido da empresa. É importante que as contas sejam classificadas no balanço de forma ordenadas e uniformes para permitir aos usuários um adequada análise e interpretação da situação patrimonial e financeira. Visando atender a esse objetivo, a Lei nº 6.404/76, através do art. 178 e 179, definiu como deve ser a disposição de tais contas, seguindo, para o Ativo , a classificação em ordem decrescente de grau de liquidez e, para o Passivo, em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades. Exemplo:

BALANÇO PATRIMONILA ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente: Investimento

Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultado de Exercício Futuros Patrimônio Líquido

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15Imobilizado Diferido

Capital Social Reservas de Capital Reservas de reavaliação Reservas de lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados

Os grupos de Contas (veja o gráfico) foram dispostos dentro do critério do grau de liquidez mencionado. Dentro de cada grupo, a ordem de liquidez e exigibilidade também está de conformidade com a Lei 6.404/76. 2.3.4 Demonstração do Resultado do Exercício É na Demonstração do Resultado do Exercício onde observamos o grande indicador global de eficiência: o retorno resultante do investimento dos donos da empresa (lucro ou prejuízo). O lucro é uma terminologia bastante ampla, encontramos vários tipos de lucro, tais como: Lucro bruto Lucro operacional Lucro antes do imposto de renda Lucro depois do imposto de renda Lucro líquido. Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 2.3.4.1. Critérios básicos de apresentação. Receita Bruta (-) deduções Receita Líquida (-) custo das vendas ou dos serviços Lucro Bruto( ou prejuízo) (-) despesas operacionais de vendas administrativas financeiras( deduzida a receita) outras despesas ou receitas operacionais Lucro Operacional ( ou prejuízo) Receitas não operacionais (-) despesas não operacionais (+/ -) ganhos / perdas Lucro antes do imposto de renda( ou prejuízo) (-) provisão para o imposto de renda Lucro depois do imposto de renda( ou prejuízo) (-) participações de debêntures (-) participações de empregados (-) participações de administradores (-) participações de partes beneficiárias

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16 (-) contribuições e doações Lucro Líquido( ou prejuízo) Lucro Líquido por ação do capital social O plano de contas : Deduções da receita bruta Vendas canceladas e devoluções Abatimentos comerciais Impostos incidentes sobre vendas IPI ICMS ISS PIS COFINS Despesas Operacionais De vendas Despesas com o pessoal Comissões de vendas Ocupação Utilidades e serviços Propaganda e publicidade Despesas gerais Impostos e taxas Administrativas Despesas com o pessoal Ocupação Utilidades e serviços ( água, luz, seguros, etc) Honorários Despesas gerais ( viagens e representações, higiene, etc) Impostos e taxas Resultados financeiros líquidos Despesas financeiras(-) Receitas financeiras Outras receitas e despesas operacionais São atividades acessórias do objeto da empresa. Lucros e prejuízo de participações em outras sociedades Vendas de sucatas Resultados não- operacionais Somente farão parte dos resultados não- operacionais os lucros ou prejuízos na venda ou baixa de bens do ativo permanente. O artigo 189 da Lei das S.A estabelece que: “Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda. Esse artigo trata somente da forma de cálculo das participações e, posteriormente, das reservas e dividendos. Dessa forma, não significa que os prejuízos acumulados anteriormente devam ser mostrados como redução na demonstração do Resultado do exercício, o que estaria totalmente incorreto.

Definições:

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17 Receita Bruta - Compreende as vendas de produtos e serviços da empresa, pelo valor da nota fiscal. Isso significa que estão inclusos dentro do valor os impostos de ICMS, IPI E ISS. A legislação não tem recomendado a inclusão do IPI como receita bruta. Receita Líquida - É considerado como receita de vendas, porque os impostos , as devoluções e abatimentos sobre as vendas estão subtraindo a Receita Bruta. Custo das vendas - A avaliação dos estoques é, conseqüentemente, a apuração do custo de vendas. Por que representa a baixa nas contas de estoque pela vendas realizadas. Custo das vendas por setor da economia: CPV- custo do produtos vendidos. (empresas industriais). CMV- custo das mercadorias vendidas. (empresas comerciais). CSP- custo dos serviços prestados. (empresas prestadoras de serviços). Lucro Bruto - É a diferença entre a venda líquida de mercadoria ou serviço e o custo da mercadoria ou produto vendido. Despesas operacionais - São despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa. Lucro operacional - É contabilizado através da diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais. Resultado não operacional - São as despesas e receitas não relacionadas diretamente com a finalidade (objetivo) do negócio da empresa, somente serão considerados resultados não-operacionais os lucros ou prejuízos na venda ou baixa de bens do ativo permanente.

2.4 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados Esta demonstração possibilita a evidenciação clara do lucro do período, a sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados. Conteúdo pela Lei. “A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará”: I- o saldo do início do período , os ajustes de exercícios anteriores; II- as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III- as transferências para reservas, os dividendos, parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao final do período. Forma de Apresentação Saldo inicial (+ / -) ajustes de exercícios anteriores reversões de reservas lucro líquido do exercício saldo disponível proposta da administração p/ destinação do lucro

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18 reserva legal reserva estatutária reserva p/ contingência reserva orçamentária(para expansão) reserva de lucros a realizar dividendos saldo final do período Exemplo: Temos, no balanço apresentado, um saldo inicial de lucros acumulados em x2 de R$ 5.850 e um saldo final de R$ 7.200. Mais uma vez observa o aspecto estático do balanço que evidencia os saldos no início e no fim do exercício, mas não destaca os motivos da variação de R$ 1.350. A DLPA é uma demonstração dinâmica. Vamos admitir que a empresa teve um lucro no período de R$ 2.000 e que R$ 650 foram distribuídos como dividendos, então: Saldo em 01.01.x2 5.850 + lucro líquido exercício 2.000 saldo à disposição da diretoria 7.850 (-) dividendos distribuídos 650 saldo em 31.12x2 7.200 Como se pode verificar, a conta de lucros acumulados representa a interligação entre o balanço patrimonial e a demonstração do exercício. Comentários: Ajustes de exercícios anteriores, a legislação dispõe que como ajuste de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critérios contábeis, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. A conta de lucros ou prejuízos acumulados pode sofrer débitos e créditos de diversas origens.

Os créditos podem ser originados de: - ajuste de exercícios anteriores; - reversões de reservas; - lucro líquido do exercício. Os débitos que, em geral, representam apropriações dos lucros, podem ser dos seguintes tipos: - ajustes de exercícios anteriores; - transferência para reservas; - dividendos obrigatórios; - prejuízo do exercício DIVIDENDOS. À parte do lucro que se destina aos acionistas da companhia. A partir da lei 6.404/76 observamos a introdução do dividendo mínimo obrigatório com o objetivo básico de proteger os acionistas, sobretudo, os minoritários. Na hipótese do estatuto ser omisso, os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório à metade do lucro líquido ajustado que será calculado da seguinte maneira: Lucro líquido do exercício (-) quota destinada à constituição de reserva legal.

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19 (-) importância destinada à formação de reserva para contingência; (-) lucros a realizar transferidos para a respectiva reserva. + reversão de reservas para contingências formadas em exercícios anteriores. + reversão de reservas de lucros a realizar formadas em exercícios anteriores. A distribuição de dividendos, de acordo com a lei 6.404/76 , somente poderá ser feita utilizando-se os lucros acumulados ou as reservas de lucros( exceto a legal) e , em casos especiais, as reservas de capital. Mas a contabilização dessa distribuição deverá sempre ser feita a débito da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

2.5 Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) Os objetivos básicos da DOAR são: - Resumir as atividades financeiras e de investimentos da empresa, incluindo as operações que geraram ou utilizaram recursos durante o período. - Complementar a divulgação das alterações ocorridas na posição financeira durante o período. Para que serve: Explica a variação do capital circulante líquido (capital de giro próprio ou capital de giro líquido) ocorrida de um ano para outro. Ajuda-nos a compreender como e por que a posição financeira mudou de um exercício para outro. Quem está obrigado a fazer a DOAR - Toda Cia. Aberta. - Toda Cia fechada (S.A) considerada grande empresa. Variação do capital circulante líquido Ativo circulante - passivo circulante = CCL Em 31.12.97 300.000 200.000 100.000 Em 31.12.98 400.000 250.000 150.000 Aumentos 100.000 50.000 50.000 Pelo exemplo constatamos que houve uma variação no capital circulante líquido de R$ 50.000 , isto é, há uma evolução de R$ 100.000 para R$ 150.000. É exatamente esta variação de R$ 50.000 que a DOAR explicará. Regras: 1a ) Sempre , quando houver uma operação envolvendo unicamente contas do circulante , não altera o capital circulante líquido. 2a ) Sempre , quando houver uma operação envolvendo contas do circulante e não circulante, haverá alteração do capital circulante líquido.

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20 OBS: o objetivo da DOAR é exatamente mostrar o como e o porquê da mutação do CCL. O CCL só varia com operações não circulante X circulante. Portanto , a alteração do não circulante é a causa da variação do circulante. Por isso, a DOAR evidencia apenas o resultado das variações do não circulante que provocam alterações no circulante. Dessa forma a DOAR não evidencia, por exemplo, a operação que envolve estoque X fornecedores, uma vez que se trata de contas de circulante. Portanto, a DOAR só existe quando houver alterações simultâneas de circulante X não circulante. Exemplos de operações que afetam o CCL: 1) aumento de capital em dinheiro no valor de R$ 28.000 depositados no banco. CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Bancos c/ movimento 28.000 capital anterior 28.000 Houve um acréscimo no CCL. 2) venda de R$ 15.000 de ações a vista, constante no realizável a longo prazo. CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Caixa 15.000 Realizável a LP 15.000 Houve um acréscimo no CCL. 3) Realiza um financiamento junto a um banco de investimento para aquisição de vários itens do imobilizado, no valor de R$ 3.000. CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Bancos c/ movimento 3.000 financiamento 3.000 Houve um acréscimo no CCL. 4) Aquisição de imóvel, à vista, por R$ 18.000 CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Bancos c/ movimento 18.000 imobilizado 18.000 Houve uma diminuição no CCL. Descrição das Origens As origens de recursos são representadas pelos aumentos no capital circulante líquido, e as mais comuns são: a) das próprias operações , quando as receitas (que geraram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido , temos que: Se houver lucro, teremos uma origem de recursos. Se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos. b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente , seu capital circulante líquido. c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do ativo permanente , ou de transformação do realizável a longo prazo em ativo circulante. Descrição das Aplicações.

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21 As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do capital circulante líquido, e as mais comuns são: a) inversões permanentes derivadas de: aquisição de bens do ativo imobilizado. Aquisição de novos investimentos permanentes em outras sociedades. Aplicação de recursos no ativo diferido. b) pagamento de empréstimos a longo prazo, pois, assim como a obtenção de um novo financiamento representa uma origem , a sua liquidação significa uma aplicação. c) remuneração de acionistas, derivada dos dividendos distribuídos. Origens e Aplicação que não afetam o capital circulante líquido, mas aparecem na demonstração. a) aquisição de bens do ativo permanente pagável a longo prazo; b) conversão de empréstimo de longo prazo em capital; c) integralização de capital em bens do ativo permanente ; d) venda de bens do ativo permanente recebível a longo prazo.

2.6 Fluxo de caixa

As empresas durante a sua vida realizam diversas operações como por exemplo: operações de vendas, compras, investimentos e financiamentos; ocorrem, entretanto, que através dessas operações o volume de entradas e saídas de numerários se alteram. Conceito: Conjunto de ingressos e desembolsos de numerários ao longo de um período de tempo. O fluxo de caixa demonstra a situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações de recursos. Objetivo: Fornecer informações sobre pagamentos e recebimentos, em dinheiro de uma empresa ocorrido durante um determinado período. Finalidade: Os usuários desse demonstrativo têm informações relevantes e podem avaliar os seguintes pontos: • a capacidade da empresa em gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; • a capacidade da empresa em honrar seus compromissos,pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos; • a liquidez, solvência e flexibilidade financeira; • a taxa de conversão de lucro em caixa; • a performance operacional de diferentes empresas,por eliminar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;

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22 • o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa; • os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamentos; • programação dos ingressos e dos desembolsos de caixa, de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que deverá ocorrer falta de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias; • determinar quanto de recursos próprios à empresa dispõe em dado período, e aplica-los de forma mais rentável, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa etc. Requisitos para que o fluxo de caixa cumpra a sua finalidade: • evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas por atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos, nesta ordem; • evidenciar separadamente, em notas explicativas que façam referência à Demonstração do fluxo de caixa, as transações de investimento e financiamento que afetam a posição patrimonial da empresa, mas não impactos diretamente os fluxos de caixa do período; • reconciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido gerado ou consumido nas atividades operacionais. Movimentações no fluxo de caixa por atividade: Atividades operacionais: Atividades relacionadas com o fim pretendido pela empresa, envolvendo a produção e entrega de bens e serviços e fatos que não sejam definidos como atividades de investimento e financiamento. Entradas: • recebimento pela venda de produtos e serviços a vista, ou das duplicatas correspondentes no caso no caso de vendas a prazo. Recebimento decorrente dos descontos das duplicatas emitidas contra as vendas a prazo efetuadas, de curtos e longos prazos, em bancos; • recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras em outras sociedades; • recebimento dividendo pela participação no patrimônio de outras empresas; • outros recebimentos que não se originaram de transações definidas como atividades de investimentos e financiamentos. Exemplos: recebimentos decorrentes de sentenças judiciais, indenizações por sinistros, exceto aquelas diretamente relacionadas a atividades de investimento ou financiamento, como por exemplo: sinistro em uma edificação e reembolso de fornecedores. Saídas: • pagamentos a fornecedores referentes ao suprimento de matéria-prima para a produção e revenda de bens. Pagamento do principal dos títulos de curto e longo prazo referente a compras a prazo. Pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção,incluídos os serviços prestados por terceiros; • pagamento dos tributos de competência Federal, Estadual e municipal; • pagamento das despesas financeiras decorrentes dos financiamentos.

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23Atividades de Investimento:

Atividades relacionadas com o aumento e diminuição dos ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços. Concessão e recebimento de empréstimos,aquisição e venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras entidades e a aquisição e alienação de imobilizado. Entradas: • recebimento do principal dos empréstimos concedidos ou da venda desses ativos a outras entidades, exceto ativos financeiros classificados como equivalentes - caixa. • recebimento pela venda de títulos de investimento a outras entidades; • recebimento pela venda de participações em outras empresas; • recebimento pelo resgate de participação pelas entidades investidas; • venda de ativos fixos utilizados na produção. Saídas: • desembolso dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição de títulos de investimento de outras entidades; • pagamento pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas; • pagamento pela compra no ato ou em data próxima de ativos fixos utilizados na produção. Atividades de Financiamentos: Atividades relacionadas com os empréstimos de credores e investidores, obtenção de recursos dos sócios e o pagamento a estes de retorno sobre seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento.amortização ou liquidação de empréstimos, obtenção e pagamento de recursos externos de longo prazo. Entradas: • venda de ações emitidas; • empréstimos obtidos de curto e longo prazo; • recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, que, por expressa determinação dos doadores, têm a finalidade estrita de adquirir, construir ou expandir a planta instalada, aí incluídos equipamentos ou outros ativos de longa duração necessária à produção. Saídas: • dividendos pagos ou outras distribuições aos sócios, incluindo o resgate de ações da própria empresa; • pagamento dos empréstimos obtidos, excetuando os juros; • pagamento do principal referente ao ativo fixo adquirido a prazo. Modelo de Fluxo de caixa Existem diversos modelos de fluxos de caixa; cada empresa, dependendo de suas atividades e tamanho, deverá optar por um deles. Para um eficiente fluxo de caixa a empresa deverá elaborar o mais detalhado possível, isto é, mais especificado, porque terá o maior controle das entradas e saídas de caixa, podendo tomar ações corretivas ou saneadoras. MODELO

ITENS JAN FEV TOTAL 1-INGRESSOS venda a vista cobrança em carteira cobrança bancária descontos de duplicatas vendas de itens do ativo permanente

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24aluguéis recebidos aumento do capital social receitas financeiras outros SOMA 2-DESEMBOLSOS compra a vista fornecedores salários compras de itens do ativo permanente energia elétrica telefone manutenção de máquinas despesas administrativas despesas com vendas despesas tributárias despesas financeiras outros SOMA

3-DIFERENÇA (1-2) 4-SALDO INICIAL DE CAIXA

5-DISPONIBLIDADE ACUMULDA(+/- 3+4)

6-NÍVEL DESEJADO DE CAIXA

7-EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

8-APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO

9-AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS

10-RESGATES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

11-SALDO FINAL DE CAIXA

Descrição dos itens: • Ingressos: Entradas de caixa e bancos, vendas à vista, ou vendas a prazo que necessitam de mapas auxiliares de recebimentos normais (cobranças simples e bancária), ingressos por aumento de capital, descontos de duplicatas, vendas do ativo permanente, aluguéis recebidos e receitas financeiras. • Desembolsos: Compras à vista e a prazo que necessitam de mapas auxiliares para posterior fluxo de caixa, pagamento de salários, encargos sociais, serviços terceirizados, despesas indiretas de fabricação, despesas operacionais, compra de itens do ativo permanente. Desembolsos são todas as operações financeiras decorrentes de pagamentos gerados pelo processo de produção, comercialização e distribuição de produtos e serviços.

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25 Diferença do período: É a comparação entre os ingressos e desembolsos do período, podendo ser positiva, negativa ou nula. Saldo inicial de caixa: É o saldo de caixa final do período anterior. Disponibilidade acumulada: É o resultado da diferença do período, mais o saldo inicial de caixa. Nível desejado de caixa: É o disponível para o período seguinte em função do volume de ingressos e desembolsos futuros. Empréstimos ou aplicações de recursos: Apurando o saldo da disponibilidade, poderemos captar empréstimos para suprir a necessidade de caixa, ou aplicar no mercado financeiro se houver excesso de caixa. Amortizações ou resgates das aplicações: Quando acontecer às liquidações de empréstimos haverá o desembolso, e os resgates das aplicações constituem-se os recebimentos. Saldo final: É o saldo desejado de caixa para o período.

2.7 Padronização das demonstrações financeiras Neste mundo competitivo as empresas procuram analisar os seus concorrentes e alguns problemas são enfrentados quando comparam as demonstrações financeiras de uma empresa com as outras empresas similares. Vejamos por exemplo: duas empresas de tamanho diferente, a Ford e a GM, são competidoras, mas a GM é muito maior (em termos de ativos), portanto, difícil de compara-las diretamente. Mesmo comparando as demonstrações financeiras de diferentes períodos de uma empresa, haveria problemas caso esta empresa ampliasse o seu tamanho. Outro problema enfrentado é quando comparamos demonstrações financeiras em moedas diferentes, como por exemplo: comparar demonstrações financeiras elaboradas em dólares e em reais. 2.7.1 Método de padronização Existem vários métodos de padronização, abordaremos um método comum e útil, que é traduzir os valores monetários em porcentagens.Quando realizamos este método chamamos de demonstrações financeiras de tamanho comum. Demonstrações financeiras de tamanho comum representam a padronização das contas em termos percentuais, sendo as contas do Balanço Patrimonial exibidas como porcentagens do ativo e passivo, e as contas do Demonstrativo do Resultado do Exercício como porcentagens das vendas. 2.7.2 Análise dos demonstrativos financeiros

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26 Objetivos: fornecer informações numéricas de dois ou mais períodos , de modo a auxiliar ou instrumentar acionistas, administradores, fornecedores, clientes, governo , instituições financeiras, investidores e outras pessoas físicas ou jurídicas interessadas em conhecer a situação da empresa ou para tomar decisões. Aspectos que podem não estar evidenciados pela análise. a) capacidade ociosa de máquinas e equipamentos: fato que, numa simples análise de demonstrativos, pode ficar encoberto. b) análise de tendências: comparação entre os resultados obtidos nas análises de diversos períodos visando obter a tendência do resultado em epígrafe. Exemplo: taxa de lucratividade Empresas: X1 X2 X3 X4 A 20% 17% 13% 10% B 2% 4% 7% 8% Nota: se a tendência dos números continuar a situação da empresa B em um ou dois anos estará melhor do que a empresa A . c) comparações: com outras empresas do mesmo ramo e porte e com índices padrão estabelecidos pela média dos índices das empresas do mesmo ramo ou porte. Objetivo: verificar se o índice obtido pela empresa está na média, abaixo ou acima dela. Cuidados na análise. A análise deve ser entendida dentro de suas possibilidades e limitações. De um lado, mais aponta problemas a serem investigados do que indica soluções, de outro, desde que convenientemente utilizada pode transformar- se num poderoso “painel de controle “da administração. Para isso, é necessário atentar para os seguintes detalhes: a) registros contábeis da empresa devem ser mantidos com esmero; b) ainda que o departamento de contabilidade da empresa realize um grande esforço para manter os registros de forma correta, é altamente desejável que os relatórios financeiros sejam auditados por auditor independente ou, pelo menos, tenha havido uma minuciosa revisão por parte da auditoria interna. c) é preciso tomar muito cuidado na utilização de valores extraídos de balanços iniciais e finais, principalmente na área de contas a receber e estoques , pois muitas vezes tais contas, nas datas de balanço , não são representativas das médias reais de período. d) os demonstrativos objetos de análise devem ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda. e) a análise de balanço limitada a apenas um exercício é muito pouco reveladora, salvo nos casos de quocientes de significação imediata. Adicionalmente é necessário comparar nossos quocientes e tendências com: 1) quocientes dos concorrentes; 2) metas previamente estabelecidas pela administração ( quocientes padrão). Limitações da análise financeira Além das já comentadas, a análise realizada levando-se em conta apenas valores de balanço e de outros demonstrativos contábeis ainda tem uma limitação adicional, que é a de não utilizar quantidades ou unidades físicas, juntamente com valores. Na análise de eficiência e produtividade, bem como de certas relações que envolvem valores e quantidades, muitas informações úteis podem ser extraídas. Os bancos norte-americanos , por

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27exemplo, costumam publicar relações entre volume de depósitos e número de empregados, entre valor dos empréstimos concedidos e número de mutuários etc. certos padrões comparativos de eficiência podem ser daí retirados. Assim , sabe-se que, em média, um banco de certo porte não deveria Ter mais do que X empregados por $ milhão de depósitos, e assim por diante. Informações em unidades físicas são freqüentemente tão ou mais importantes do que em valores, ou pelo menos realçam a utilidade dos quocientes quando relacionamos quantidades com valores. Uma área que deve merecer a análise à parte é a de fluxo de capital de giro líquido e fluxo de caixa. A análise quantitativa e qualitativa das fontes e usos de capital de giro líquido pode fornecer muitas indicações úteis para otimizar a estrutura financeira de capital no médio e longo prazo. Da mesma forma, uma análise do fluxo de caixa, principalmente o projetado, auxilia a desvendar os períodos em que se torna necessário reforço de caixa ou em que devemos aplicar recurso ociosos. Análise segundo a estrutura do Balanço Patrimonial O número de combinações possíveis com os dados dos demonstrativos contábeis é imenso. Alguns quocientes especiais terão interesse em casos específicos. Por exemplo, num banco , talvez seja de interesse relacionar os depósitos a prazo fixo com os depósitos sem juros. As possibilidades são inúmeras .Todavia , consideramos que, num grande número de situações , os quocientes vistos servem às finalidades essenciais de uma análise de balanço, principalmente numa empresa industrial ou comercial. Interpretação em conjunto dos quocientes: Este é um dos aspectos básicos da análise de balanço. Nenhuma fórmula ou receita de bolo ou quadro especial, irá substituir o julgamento e a arte de cada analista, em cada caso. O que pode formar , através da apreciação conjunta dos quocientes, o mais das vezes, é uma opinião de conjunto , mais do que um veredicto. Providências para análise conjunta dos quocientes : 1) Antes mesmo de iniciar a análise de balanço , conheça intimamente a empresa que pretende analisar, o produto que transaciona, a função produção da empresa, se existem operações típicas de financiamento etc. É necessário , portanto, conhecer bem as características operacionais da empresa, as formas peculiares de financiamento, a característica dos estoques, o tipo de máquinas e equipamentos utilizados etc. 2) Colecione todos os quocientes calculados e faça a análise: a) individual: anote sua avaliação de cada quociente individualmente compare com o quociente análogo médio do setor. b) por grupos: análise de liquidez, do endividamento, da rentabilidade e de outros quocientes de interesse. 2.7.3 Análise vertical Objetivo: medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte, e fazer as comparações caso existam dois ou mais períodos. Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo. Exemplo: A Empresa Fama apresentava a evolução dos grupos do ativo em relação ao ativo total (valores expressos em moeda constante) 1996 % 1997 % 1998 % 1999 % disponibilidade 20 15 10 8

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28duplicatas a Receber (CP) 90 85 20 22 estoque 60 80 110 130 duplicatas a Receber (LP) 10 20 25 30 imobilizado 150 200 250 300 investimentos 5 15 15 30 diversos 3 5 10 12 totais 338 420 440 532 Conclusões sobre a análise: Dentre os grandes itens, nota-se diminuição da participação do disponível sobre o ativo total, o que pode ser ótimo indício. Os estoques sofrem acréscimo de 18 para 19 %, e para 25 % em 1998, decrescendo ligeiramente sua participação em 1999, no nível de 24 %, porém acima do nível inicial. Seria preciso investigar o porquê disso e com quais fundos foi aumentada a participação dos estoques. Em parte , talvez isso tenha sido possível pela melhor administração do disponível. O que ocorre com os recebíveis a curto prazo: diminuem bastante de 1996 a 1997, passando de 27% para 20%. Sofrem decréscimo brutal em 1998, o qual deverá ser investigado quanto às verdadeiras causas. Entretanto, mantêm-se baixos em 1999. Estes dois últimos valores podem ser indicativos de que a empresa praticamente não vendeu a prazo (ou de outros fatores). De qualquer forma, pode ser altamente positiva a diminuição percentual dos disponíveis e recebíveis sobre o ativo total. Em compensação, a empresa conseguiu transferir recursos maciços para investimentos em imobilizado. Este aumentou sua participação de 44% , em 1996, para 48%, em 1997, e 57%, em 1998, mantendo–se praticamente estável em 1999. A empresa está, talvez, queimando saldos em dinheiro e recebíveis para investir em estoque e imobilizado. Seria, por outro lado, necessário analisar a composição das fontes de recursos para se ter uma idéia melhor do que ocorreu. Se esta análise revelar, por exemplo, que o endividamento de longo prazo não se alterou muito e que não houve acréscimos de capital por subscrição, efetivamente a expansão do imobilizado pode Ter sido obtida às custas de uma retração do capital de giro líquido. É necessário analisar como se comportar o exigível a curto prazo. É provável que tenha pelo menos mantido, se não aumentou (dadas as hipóteses de não crescimento do endividamento a longo prazo e do capital), sua participação. Será necessário analisar mais adequadamente a situação de liquidez e sua tendência. No demonstrativo de resultado, a análise vertical pode ser até de maior utilidade. Exemplo: DRE da Empresa Fama 1993 % 1994 % vendas 385 520 CMV 193 244 lucro bruto 192 276 despesas. Operacionais 123 178 salários 80 115 depreciações 10 15 impostos 8 12 outras 25 36 lucro operacional 69 98 despesas. Não operacionais. 10 36 lucro antes ir 59 62 provisão p/ ir 19 22 lucro líquido 40 40 A análise vertical é extremamente reveladora, neste caso. Verifica-se que até o item lucro operacional a empresa manteve e até melhorou o desempenho em relação a 1993. De fato o custo das vendas que representava 50% das mesmas diminuiu para 47%, aumentando, portanto, a participação do lucro em vendas. Entretanto, verifica-se acréscimo percentual das despesas operacionais, as quais passam de 32% para 34%.Interessante notar que, dentro do grupo despesas operacionais, seus componentes

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29individuais mantêm as participações com relação ao total de despesas operacionais. Por algum motivo, a empresa não conseguiu controlar as despesas operacionais ao mesmo nível percentual de 1993, com relação as vendas. Isto foi quase o suficiente para anular a vantagem obtida no custo das vendas. No item despesas não operacionais verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da empresa empobrecer, pelo menos no que se refere o DRE. Passaram de 3% para 7% das vendas, mais alta, embora não alarmante. Em conseqüência da piora no item despesas não operacionais, todos os demais relacionamentos se deterioram. De um lucro líquido de 10% sobre as vendas passamos para 8%, embora em valores absolutos permaneçam iguais.

2.8 Análise Horizontal

A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos balanços e das demonstrações de resultado(bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências. Análise horizontal na DRE Exemplo:

1991 1992 1993 1994 1995 VENDAS 100 107 115 123 132 CMV 70 76 83 91 99 LB 30 31 32 32 33 A tabela de análise horizontal sempre é realizada em termos de índices. o índice do ano estabelecido como base é l00 e os valores dos anos seguintes são expressos em relação ao índice base, 100. Assim procedendo, os índices seriam: 1991 1992 1993 1994 1995 VENDAS 100 107 115 123 132 CMV 100 109 119 130 141 Nota-se que o custo das vendas está crescendo mais rapidamente do que vendas. Isto levou a estagnação do Lucro Bruto. Se calcularmos a taxa implícita média (composta) de crescimento anual das duas séries, veremos que vendas cresce cerca de 7%, ao passo que custo das vendas cresce 9%. A análise horizontal aplicada a itens do balanço tem o mesmo significado que a aplicada a itens do DRE. Trata-se de discernir o ritmo de crescimento dos vários itens. Alguns itens , como, por exemplo , o disponível, desejamos controlá-los de maneira especial. Todavia, frequentemente a análise horizontal ganha sentido apenas quando aliada à vertical. O disponível pode Ter crescido em valores absolutos, mas sua participação percentual sobre o ativo circulante ou total pode Ter-se mantido constante ou até Ter diminuído por causa do aumento do giro e das dimensões da empresa. A análise horizontal e a análise vertical devem ser utilizadas conjuntamente. Análise Horizontal ( análise de tendência) A observação de uma sequência de um mesmo índice ou de uma sequência de valores de uma mesma conta, durante vários anos ou períodos, é denominada análise horizontal. Exemplo: 1997 1998 1999 liquidez corrente 1,20 1,28 1,37

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30 Portanto, só pode existir análise horizontal se tivermos, pelo menos, índices ou valores de dois anos. Com dados de apenas um ano não é possível fazer a análise horizontal ( neste caso faremos a análise vertical).

2.9 Indicadores de liquidez São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Esta capacidade de pagamento pode ser avaliada num longo prazo, num curto prazo ou em prazo médio. 1) Índice de Liquidez Imediata= Disponibilidade Passivo circulante Este quociente representa o valor de quanto dispomos imediatamente para saldar nossas dívidas de curto prazo. Considere-se que a composição etária do numerador e denominador é completamente distinta. No numerador temos fundos imediatamente disponíveis. No denominador, dívidas que, embora de curto prazo, vencerão em 30, 60, 90, 180 e até 365 dias. Assim, a composição mais correta seria com o valor presente de tais vencimentos, ou colocando-se no denominador o valor que pagaríamos se nos dispuséssemos a pagar as dívidas de curto prazo hoje, de uma só vez. Provavelmente obteríamos um desconto. Procura-se Ter uma relação disponível / passivo a menor possível, em cada data. É claro que não podemos correr o risco de não contar com disponibilidades quando as dívidas vencerem. 2) Índice de liquidez corrente= Ativo circulante Passivo circulante Este quociente relaciona quantos reais dispomos, imediatamente disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado e freqüentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. É preciso considerar que no numerador estão incluídos itens tão diversos como: disponibilidades, valores a receber a curto prazo, estoques e certas despesas pagas antecipadamente. No denominador, estão incluídas as dívidas e obrigações vencíveis a curto prazo. No quociente de liquidez é preciso, como de resto para muitos outros quocientes, atentarmos para o problema dos prazos dos vencimentos das contas a receber e das contas a pagar. Por outro lado, a inclusão dos estoques no numerador pode diminuir a validade do quociente como indicador de liquidez. É importante realçar , neste momento, dois aspectos limitativos, relativos à liquidez corrente: o primeiro é que o índice não revela a qualidade dos itens no ativo circulante (os estoques estão superavaliados, são obsoletos, os títulos a receber são totalmente recebíveis ?). o segundo é que o índice não revela a sincronização entre recebimentos e pagamentos, ou seja, através dele não identificamos se os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar as dívidas vincendas. Assim, em uma liquidez corrente igual a 2,5 (aparentemente boa), pode a empresa estar em crise de liquidez, pois grande parte dos vencimentos das obrigações a curto prazo se concentram no próximo mês, enquanto a concentração dos recebimentos ocorrerá dentro de 90 dias. Isoladamente, os índices de LC superiores a 1,0, de maneira geral são positivos. Conceituar o índice, todavia, sem outros parâmetros, é uma atitude bastante arriscada, por isso desaconselhável. 3) Índice de liquidez Seca= Ativo circulante - Estoques Passivo Circulante

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31 Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. Por outros lado, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar, principalmente se os critérios foram mudados ao longo dos períodos. Permanece o problema dos prazos do ativo circulante (no que se refere aos recebíveis) e do passivo circulante. Em certas situações, pode-se traduzir num quociente bastante conservador, visto a alta rotatividade dos estoques. O quociente apresenta uma posição bem conservadora da liquidez da empresa em determinado momento, sendo preferido pelos emprestadores de capitais. 4) Índice de Liquidez Geral = AC + RLP PC. + ELP Este quociente serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez) de longo prazo do empreendimento. Mais uma vez, o problema dos prazos empobrece o sentido e a utilidade do quociente, a não ser que seja explicitamente levado em sua devida conta. Os prazos de liquidação do passivo e de recebimento do ativo podem ser o mais diferenciados possível, ainda mais se considerarmos que temos passivo a ativo a longo prazo. Às vezes, acontece que os índices de liquidez corrente e seca se apresentam como razoáveis em decorrência de vultosos empréstimos a longo prazo. Assim, ao calcularmos o quociente de liquidez corrente, o numerador estará afetado para mais pela entrada do disponível , ao passo que o denominador não será afetado, pois somente o passivo circulante é considerado. Entretanto, a posição de longo prazo pode ser muito menos favorável. Se não contarmos com grandes aplicações em valores a receber de longo prazo, a posição de liquidez no longo prazo ficará comprometida.

2.10 Indicadores da Estrutura de capitais Definição: É por meio desses indicadores que apreciaremos o nível de endividamento da empresa. Sabemos que o ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros (passivo circulante + exigível a longo prazo) e por capitais próprios (patrimônio líquido). Portanto, capitais de terceiros e capitais próprios são fontes (origens) de recursos. Também são os indicadores de endividamento que nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Saberemos se os recursos de terceiros tem seu vencimento em maior parte a curto prazo ou a longo prazo. Na análise do endividamento há necessidade de detectar as características do seguinte indicador: a) Empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos capitais próprios para realizar aplicações produtivas no seu ativo. Este endividamento é sadio, mesmo sendo tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido. b) Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata à insolvência. 1) Quociente de participação de capitais Exigível Total de terceiros sobre os recursos totais = CT +CP

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32 Este quociente relaciona as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. Indicam a relação de dependência da empresa com relação a capital de terceiros. Também significa qual a porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros. No longo prazo , a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente aumentando as despesas financeiras, deteriorando a posição de rentabilidade da empresa. Patrimônio Líquido 2) Independência Financeira = Ativo Total Este quociente indica o percentual investido no ativo com recursos próprios. CP 3) Garantia do capital próprio ao capital de terceiro= CT Este quociente revela a proporção dos capitais próprios em relação aos capitais de terceiros. Tanto maior , maior a garantia dos credores que participam do financiamento do ativo. CT 4) Quociente de capitais de terceiros/ capitais próprios = CP Este quociente também indica a dependência de recursos de terceiros, retrata o posicionamento das empresas com relação aos capitais de terceiros. Passivo circulante 5) Quociente de participação das dívidas= CT Este quociente representa a composição do endividamento total ou qual a parcela que se vence a curto prazo , no endividamento total. A empresa em franca expansão deve procurar financiá-la , em grande parte, com endividamento de longo prazo, de forma que, à medida que ela ganhe capacidade operacional adicional com a entrada em funcionamento dos novos equipamentos e outros recursos de produção, tenha condições de começar a amortizar suas dívidas. Cada empreendimento possui uma estrutura otimizante de composição de recursos e não existem, a rigor, regras fixas. A natureza do endividamento, as taxas de juros, os riscos, quando comparados com o retorno que tais recursos propiciam uma vez investidos, devem ser, por sua vez, comparados com os custos alternativos da captação de capital de risco.

2.11 Indicadores do ciclo operacional Estudaremos quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar o seu estoque. Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor

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33 Observe que a soma do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) com o Prazo Médio de Renovação de Estoque (PMRE) aproximam-se bastante do Ciclo Operacional da empresa, já que medimos, em média, quantos dias os estoques levam para ser vendidos, e somados ao prazo de recebimento das vendas. O ideal seria que a empresa atingisse uma posição em que a soma do Prazo Médio de Renovação de Estoque (PMRE) com o Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) fossem igual ou inferior ao Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) PMRE + PMRV < 1 PMPC Alguns aspectos para o cálculo dos índices de Atividades: Quando falamos em Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) não estamos considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas. Se uma empresa vende 50% a prazo (e o restante a vista), com prazo de faturamento em torno de 60 dias, o PMRV deverá girar em torno de 30 dias (50% X 60 dias). Se quisermos trabalhar com prazo médio de recebimento de vendas a prazo, teríamos muitas dificuldades, pois nem sempre (quase nunca) encontraremos discriminados os totais das vendas a prazo. O mesmo esquema é válido para compras. O total de vendas a ser utilizado para o calculo do PMRV é a receita líquida, por um lado (excluindo IPI, ICM etc.) e o total de Duplicatas a Receber, por outro (sem excluir Provisão para Devedores Duvidosos e Duplicatas Descontadas). Assim, seremos consistentes na mesma base de cálculo. Um problema que sempre surge para o cálculo do Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) é o valor de Compras, já que a Demonstração do Resultado do Exercício não a destaca, mas apenas os Custos das Vendas. Se tratar de uma empresa comercial, tudo se simplifica. Sabemos que o Custo da Mercadoria Vendida destacado na DRE é a soma do Estoque Inicial com as Compras do período, deduzindo-se o Estoque Final: CMV = EI + C - EF Utilizando os valore dos estoques indicados no Ativo Circulante em duas colunas (Estoques Inicial e Final) e o próprio valor do CMV indicado na DRE, encontraremos o valor de compras. Quando se tratar de uma empresa industrial, a dificuldade se acentuará, uma vez que surgem no cálculo do Custo do Produto Vendido (publicado na DRE) os Gastos Gerais de Fabricação (Mão-). De -obra Direta + Outros Custos Diretos de Fabricação + (Custos Indiretos de Fabricação). CPV = EI + C + GGF - EF. Alguns analistas, através de diversos critérios, procuram estimar o valor de Compras para estes casos. O ideal, sem dúvida, seria conseguir junto à empresa este dado. Estes índices não refletem a realidade se aplicados em empresas que não têm compras e vendas uniformes durante o ano. Em outras palavras, não é adequado para empresas com vendas sazonais ou compras esporádicas. Se, por um lado, vamos utilizar Vendas, Compras e Custos das Vendas (contas do DRE), por outro, para cálculo dos prazos médios, utilizaremos Duplicatas a Receber, Fornecedores e Estoques, respectivamente (contas do BP)

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34 Existe uma relação direta entre elas: Vendas Duplicatas a Receber (não passam por Duplicata a Receber as Vendas a Vista). Compras Fornecedores (não passam por Fornecedores as Compras a Vista) Custo das Vendas Estoque Valores médios O saldo no final do exercício de Duplicatas a Receber (BP) representa uma parcela do total de Vendas (DRE). Certamente, Duplicatas a Receber representam as vendas do final de ano. Atentando para o total de vendas, notaremos que, nesta conta, estão acumuladas vendas do ano todo (e não só do final do ano). Por isso, limitaríamos muito a qualidade do nosso índice se comparássemos as duplicatas do final do exercício com as vendas acumuladas de todo o período, dadas às distorções causadas pela inflação. Por isso, no sentido de melhorar a representatividade de Duplicatas a Receber, é recomendável que se utilizem valores médios de Duplicatas a Receber, ou seja: Duplicatas a Receber no Inicio do Ano + Duplicatas a Receber no Final do Ano 2 1º) Prazo Médio de Recebimento de Vendas PMRV =360 dias X Duplicatas a Receber Médias Vendas 2º) Prazo Médio de Pagamento de Compras PMPC =360 dias X Fornecedores Médios Compras 3º) Prazo Médio de Renovação de Estoques PMRE =360 X Estoque Médios Custo das Vendas 4º) Posicionamento de Atividade PA=PMRE + PMRV PMPC

(indica, em média, quantos dias aempresa espera para receber suasvendas.)

(indica, em média, quantos dias a empresa demora para pagar suas compras.)

(indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender o seu estoque )

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2.12 Indicadores do desempenho econômico Objetivo: avaliar o rendimento obtido pela empresa em determinado período. Apreciaremos os aspectos econômicos na análise empresarial. A atenção estará concentrada na geração dos resultados , na demonstração do Resultado do Exercício. O que revelam os índices de rentabilidade: a) os fatores determinantes do nível atual da lucratividade e de sua variação; b) a capacidade de produzir lucro da empresa , revelando se seus investimentos estão ou não aplicados de forma racional e eficiente; c) o ganho obtido pela aplicações de capital efetuadas pelos proprietários , demonstrando se os resultados obtidos são ou não compensadores. A combinação de itens do ativo é que gera receita para a empresa. Na verdade, o ativo significa investimentos realizados pela empresa no sentido de obter receita e, por conseguinte, lucro. Assim, podemos obter a taxa de retorno sobre investimentos. Isto significa o poder de ganho da empresa: quanto a empresa ganhou por real investido. Aspectos a serem observados no cálculo da rentabilidade Quando compararmos lucro com ativo, ou lucro com patrimônio líquido, devemos considerar dois aspectos: a) muitos conceitos de lucro poderão ser utilizados: lucro líquido, lucro operacional, lucro bruto, etc. É imprescindível que o numerador seja coerente com o denominador. Se utilizarmos o lucro líquido no numerador, utilizaremos o ativo total no denominador. Utilizando o lucro operacional no numerador, utilizaremos ativo operacional no denominador. b) tanto o ativo como o patrimônio líquido, utilizados no denominador para cálculo da taxa de retorno, deverão ser o médio: ativo médio(ativo inicial + ativo final) 2 Alguns indicadores econômicos: 1o ) Taxa de retorno sobre investimentos ( rentabilidade do ativo). (ponto de vista da empresa) TRI= lucro líquido Ativo total médio Poder de ganho da empresa. Objetivo: demonstrar quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 1,00 de investimento total médio.

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36 2o ) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido ( rentabilidade do Patrimônio líquido). (ponto de vista dos proprietários) lucro líquido TRPL= Patrimônio líquido médio Poder de ganho dos proprietários. Objetivo: indicar quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 1,00 de capital próprio investido. 3o ) Margem de lucro sobre as vendas lucro bruto Margem bruta= Vendas líquidas Objetivos: indicar quanto a empresa obteve de lucro bruto para cada R$ 1,00 de vendas. L.operacional Margem operacional= Vendas líquidas Objetivos: indicar quanto a empresa obteve de lucro operacional para cada R$ 1,00 de vendas. Lucro líquido Margem líquida= Vendas líquidas Objetivos: indicar quanto a empresa obtém de lucro líquido para cada R$ 1,00 de vendas. 4o ) Giro do Ativo vendas líquidas Giro do ativo= Ativo total médio Objetivos: determinar quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total médio. Em outras palavras, quantas vezes o ativo “girou” ou se renovou pelas vendas. O Modelo DU PONT. O modelo DU PONT foi desenvolvido pela Du Pont Corporation. Este modelo decompôs o retorno do ativo em: margem de lucro e giro do ativo. ROA=margem de lucro x giro do ativo. O modelo Du Pont decompôs o retorno do patrimônio líquido em três elementos a saber: eficiência operacional( margem de lucro); eficiência da utilização dos ativos(giro do ativo total) e alavancagem financeira( multiplicador do capital próprio). O multiplicador do capital próprio é um índice de endividamento composto pela seguinte fórmula: ativo total/ patrimônio líquido ou 1 + o quociente de capital de terceiros/capital próprio. ROE=margem de lucro x giro do ativo total x multiplicador do capital próprio. Algumas conclusões:

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37 Dificuldades em termos da eficiência tanto operacional como na utilização de ativos( ou ambas) produzirão uma diminuição do retorno do ativo,que se traduzirá em ROE mais baixo. Os investidores e os demais interessados, freqüentemente, desejam saber o quão rapidamente as vendas da empresa podem crescer. O fato importante a ser reconhecido é que,para as vendas crescerem , os ativos também precisam crescer, pelo menos a longo prazo. Além disso, se os ativos vão crescer, a empresa precisará obter de alguma maneira o dinheiro para pagar as aquisições necessárias. Em outras palavras, o crescimento precisa ser financiado, e o corolário direto é o de que a capacidade de crescimento da empresa depende de sua política de financiamento. A empresa conta com duas grandes possibilidades de financiamento, interno e externo. O financiamento interno refere-se ao que a empresa arrecada e subseqüentemente reinveste no negócio.O financiamento externo refere-se aos fundos levantados por meio de empréstimos ou vendas de ações.

2.13 Alavancagem financeira O Gestor de uma empresa procura a melhor estrutura de capitais (volume de capitais de terceiros a longo prazo e o volume de capitais próprios), tem como objetivo um ponto de equilíbrio que maximiza o retorno do capital investido pelos sócios. A alavancagem financeira é um método que tem como objetivo calcular como o capital de terceiros está contribuindo para a rentabilidade do negócio.Ocorre quando o capital de terceiros produz efeitos sobre o patrimônio líquido, sendo de uma maneira favorável ou desfavorável. As empresas deverão manter uma alavancagem favorável porque mostrará que a estrutura de capitais está correta, caso contrário alavancagem desfavorável, deverá rever o percentual de capitais de terceiros a longo prazo, pois há uma descapitalização. As receitas de uma empresa são geradas pelos seus ativos, estes são financiados pelo capital próprio e de terceiros. Como as riquezas dos proprietários aumentam? Quando o retorno sobre o patrimônio líquido é superior o retorno dos ativos. Cálculo: Retorno do ativo=LDIRAJ/AT (lucro antes do imposto de renda e antes dos juros dividido pelo ativo total) Retorno do patrimônio líquido=LL/PL (lucro líquido do exercício dividido pelo patrimônio líquido). Grau de alavancagem financeira=RL/RAT Comenta Matarazzo (1998, p.405) a fórmula completa da alavancagem financeira é a seguinte: GAF=RAT + (RAT-CD) X PE/PL/RAT Simbologia: GAF: grau de alavancagem financeira RAT: retorno do ativo CD: custo da dívida PE: passivo exigível

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38 PL: patrimônio líquido

2.14 Análise de Investimentos As empresas procuram realizar investimentos para suprir suas necessidades e criar valor para os proprietários. Vamos tratar de quais ativos fixos devemos comprar? Esta decisão é chamada de orçamento de capital. A decisão de alocação ou aplicação é muito complexa, porque surgi várias questões como: devemos ou não lançar um novo produto?, devemos ou não entrar em um novo mercado? Verificamos a importância de orçamento de capital para a empresa, sendo o que define o rumo do negócio. Comenta (Hirschfeld, 1992; pg.13):” Um projeto de investimentos envolve recursos humanos, materiais e financeiros, proporcionando um processo de produção em que qualquer falha na otimização desses recursos pode prejudicar a comunidade”. As decisões de investimentos devem ser cuidadosamente analisadas, porque qualquer erro pode levar a empresa ao fracasso. Os recursos utilizados são de longo prazo e seu retorno é estimado no presente causando desta forma alguma incerteza. As Empresas buscam alternativas, digo, técnicas para analisar os empreendimentos potenciais e decidir quais que trarão maior retorno. Abordaremos algumas técnicas para avaliara estes empreendimentos, conforme descrito: 1) Método do valor presente líquido (VPL):Critério de investimento que corresponde à diferença entre seu valor de mercado e seu custo. Calcula-se o valor presente dos fluxos de caixa futuros(estimar o valor de mercado) e comporá com o seu custo. A Empresa apresentando alternativas de investimentos com VPL diferentes, devemos aceitar ou rejeitar?, caso o VPL for superior ou igual a zero é o que representa maior retorno. 2) Método da taxa de retorno (TIR): É taxa de desconto que faz o VPL de um investimento igualar a zero. Neste caso os investimentos dependem unicamente de seus fluxos de caixas, e não de taxas oferecidas no mercado. Entre duas alternativas de investimentos com TIR diferentes, a que apresenta a maior taxa representa o investimento que proporciona o maior retorno. Um investimento é atraente se a TIR é maior do que o retorno exigido. 3) Método do prazo de retorno (PAYBACK): Definindo este método: é o tempo necessário para recuperar o investimento inicial. Verificamos também quantos anos precisaremos esperar até que os fluxos de caixa acumulados desse investimento se igualem ou superem o seu custo. Um investimento é economicamente viável se seu período de payback for menor do que algum número predeterminado de anos. Este método não considera o valor do dinheiro no tempo e os fluxos de caixa que ocorrem durante a vida econômica do investimento após o período de payback. Existem vários critérios para avaliar os investimentos que são: a)valor presente líquido; b)período payback; c)retorno contábil médio; d)taxa interna de retorno; e)índice de rentabilidade. Analisamos três critérios e quais destes é a melhor técnica? O payback não considera o valor do dinheiro no tempo e os fluxos de caixa que ocorrem durante a vida econômica do investimento. Quanto ao VPL e a TIR?

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39 Segundo Gitman (1997, p.339) “em uma perspectiva teórica o VPL é a melhor técnica de análise de orçamento de capital. Essa superioridade teórica deve-se a vários fatores. O mais importante é que o uso do VPL supõe, implicitamente, que todas as entradas de caixa intermediárias geradas pelo investimento sejam reinvestidas ao custo de capital da empresa. O uso da TIR supõe um reinvestimento a uma taxa freqüentemente elevada, dada pela TIR. Já que o custo de capital tende a ser uma estimativa razoável da taxa à qual a empresa poderia reinvestir hoje suas entradas de caixa intermediárias, o uso do VPL com sua taxa de reinvestimento mais conservadora e realista é teoricamente preferível. Além disso, certas propriedades matemáticas podem fazer com que projetos com fluxos de caixa não convencionais apresentem mais uma TIR ou nenhuma. Esse problema não ocorre quando se usa o método do VPL. Em uma perspectiva prática, as evidências sugerem que, a despeito da superioridade teórica do VPL, os administradores financeiros preferem usar a TIR. Essa preferência é atribuível à aceitação, por parte dos empresários, de taxas de retorno, ao invés de valores monetários. Uma vez que taxas de juros, medidas de lucratividade e outras são, em geral, expressas como taxas anuais de retorno, o uso da TIR faz sentido para os responsáveis pelas decisões nas empresas”.

2.15 Análise do capital de giro

Conceito de necessidade de capital de giro: É a análise financeira da empresa, ou seja, análise de caixa, mas prestando informações de financiamento, crescimento e lucratividade. Cálculo: É a diferença entre aplicações de recursos e as origens de recursos operacionais de curto prazo, ou seja, Ativo circulante operacional menos passivo circulante operacional. NCG=ACO – PCO A necessidade de capital de giro em uma empresa poderá ocorrer nas seguintes situações: Quando o ativo circulante operacional for maior que o passivo circulante operacional há uma NCG, e a empresa deverá procurar fontes de financiamentos. Quando o ativo circulante operacional for igual ao passivo circulante operacional não há necessidade de financiamento de giro. Quando o ativo circulante operacional for menor que o passivo circulante operacional, mostra que tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais, que poderão ser aplicados no mercado financeiro ou outra aplicação. Para atender a necessidade do capital de giro a empresa busca financiamentos que podem ser: a)capital circulante próprio; b)empréstimos e financiamentos de longo prazo; c)empréstimo de curto prazo e duplicatas descontadas. A necessidade do capital de giro está diretamente relacionada ao ciclo de caixa, que pode ser calculada somando o prazo médio de renovação de estoque e prazo médio de recebimento de vendas menos o prazo médio de pagamentos das compras.

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40 Explica Matarazzo (1998, p.348): a necessidade de capital de giro é o produto do ciclo de caixa e das vendas líquidas diárias acrescido do resultado da diferença entre outros ativos circulantes operacionais e os passivos circulantes operacionais. A fórmula é: NCG=CC X VD + A (ajustes). CC (ciclo de caixa) = prazo médio de renovação de estoque + prazo médio de recebimento de vendas – prazo médio de pagamento de compras. VD (vendas diárias) = receita líquida de vendas anual/360. A (ajuste) = diferença entre outros ativos e passivos operacionais distintos de clientes, estoques e fornecedores. Ativo operacional = aplicações de recursos às atividades operacionais (estoques, créditos a receber de clientes, adiantamentos a fornecedores, a funcionários e ao governo, sendo, os adiantamentos ao governo relacionados sobre vendas). Passivo operacional = origens de recursos não onerosos restritamente operacionais (fornecedores, salários a pagar, impostos e contribuições a pagar sobre vendas e contas a pagar administrativas).

2.16 Demonstrações Contábeis projetadas As projeções dos demonstrativos contábeis têm seu fundamento na estrutura do lançamento contábil e no inter-relacionamento desses demonstrativos, principalmente entre o balanço patrimonial e o demonstrativo do resultado do exercício. Para realizar as projeções dos demonstrativos contábeis é necessário utilizar do instrumento de simulação, que permitirá uma maior abrangência e complexidade, bem como a possibilidade de incorporação de condições probabilísticas e aleatórias. Os demonstrativos contábeis projetados deverão no mínimo ser mensal, para uma projeção anual é necessária a repetição da projeção para os 12 meses. 2.16.1 Fundamentação

A projeção dos demonstrativos contábeis fundamenta-se em um balanço patrimonial inicial, a demonstração do resultado do exercício, o balanço final após a demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. 2.16.2 Modelo As empresas deverão trabalhar com o modelo que melhor se adapte a sua estrutura. Apresentamos um modelo em colunas, para facilitar o trabalho. COLUNA 1 COLUNA 2 COLUNA 3 COLUNA 4 Balanço Patrimonial inicial

Demonstração do Resultado do exercício

Balanço Patrimonial Final

Fluxo de caixa

Exemplo: A empresa FAMA S/A vende R$528.000,00 no mês e tem uma carteira de clientes com prazo médio de recebimento de 40 dias.O Saldo inicial de clientes é de R$612.000,00: Resolução:

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41 a)coluna 1-balanço patrimonial inicial R$612.000,00 b)coluna 2-demonstração do resultado R$528.000,00 c)coluna 3-balanço patrimonial final R$704.000,00 (R$528.000,00 : 30 dias x 40 dias (PMRV)). d)coluna 4-fluxo ce caixa (a+b-c) R$436.000,00

COLUNA 1 COLUNA 2 COLUNA 3 COLUNA 4 Balanço

Patrimonial inicial

Demonstração do Resultado do exercício

Balanço Patrimonial Final

Fluxo de caixa

Clientes 612.000,00 528.000,00 704.000,00 436.000,00